A reflexão sobre o trabalho, para além das abordagens clássicas, pode ser associada, aos determinismos sociais dos modos de produção, teorizados por Karl Marx, que geram a luta de classes; mas também à supervalorização ‘‘científica’’ da força do trabalho, presentes no fordismo e no taylorismo, que fundamentam o capitalismo contemporâneo. Ora, a ideia do ‘‘trabalho docente’’ é, antes de mais, um esforço de reformulação histórico-epistemológica da noção de trabalho, e dos seus próprios corolários, ou seja, quanto à ‘‘natureza’’ e ‘‘produção’’. A presente intervenção visa, por isso, desconstruir o conceito de ‘‘trabalho’’ e demonstrar a importância filosófica da ergologia, como campo mais ‘‘cómodo’’ para uma compreensão do trabalho docente; igualmente, esta intervenção pretende demonstrar a incontornabilidade das Tecnologias de Informação e Comunicação na nossa época, facto que, em si, desafia ainda mais o próprio trabalho docente (nesta óptica, o trabalho docente relativo às línguas, será um destaque incontornável). Para o alcance destes objectivos, nos serviremos do método reflexivo, apoiados em autores que deram contributos significativos nessas temáticas. Esperamos, com esta intervenção, contribuir para um debate permanente das perplexidades a evidenciar, pois, tanto o ‘‘trabalho’’, como as ‘‘tecnologias de informação e comunicação’’ não têm sido objecto de debates recorrentes e cientificamente fundamentadas nas academias moçambicanas.