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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


ANÁLISE SEMIÓTICA DAS PROPOSTAS DE REDAÇÃO DO ENEM

Autores:
Jose Bernardo de Azevedo Junior (MACKENZIE - Universidade Presbiteriana Mackenzie)

Resumo:

À luz dos estudos da semiótica francesa, esta pesquisa examinou como o Ministério da Educação trabalha com os mecanismos de enunciação sincrética da totalidade de sentidos da proposta de redação do Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM – em escolhas de textos de diferentes linguagens, identificados na prova como textos motivadores. A problemática está de que maneira o MEC articula uma perspectiva sobre um tema dado, concretizando em textos de várias linguagens para o candidato depreendê-las e, assim, construir a redação dissertativa-argumentativa de acordo com as competências requeridas pelo Exame.  Trabalhamos com as hipoteses de que o MEC opera nos regimes de interação conjugando procedimentos dos regimes de programação e manipulação, estruturados pelas escolhas das estratégias enunciativas, para levar o candidato a aderir ao mesmo modo de pensar da autarquia. Essas produções partem de um temário apresentado pelo MEC com questões existentes no viver do candidato, disponibilizados em várias linguagens, forma a estratégia de enunciação global com o sentido do próprio ponto de vista do Destinador. Como resultado, enxergamos que o conteúdo temático das propostas das redações foi elaborado a partir de acontecimentos sociais do momento em que o MEC articula várias linguagens na proposta de redação e faz uso de procedimentos do regime de manipulação, estruturados pelas escolhas das estratégias enunciativas, que levam o candidato a aderir ao mesmo modo de pensar da autarquia. Portanto, o que temos em jogo é um Destinador-manipulador. O corpus da pesquisa é composto por sete propostas de redação do exame dos anos de 2009 a 2015. Do arcabouço teórico-metodológico da Semiótica de Algirdas Julien Greimas e os estudos do sincretismo desenvolvidos por Ana Claudia de Oliveira. Na esteira da compreensão dos processos enunciativos foram priorizados os estudos de Diana Barros, José Luiz Fiorin e Norma Discini, além dos documentos oficiais do governo.