O presente artigo propõe uma discussão sobre as concepções teóricas e as práticas pedagógicas instauradas no processo de aquisição da linguagem escrita por uma criança cega, trata-se de um recorte da dissertação de mestrado que está em desenvolvimento. Este trabalho objetiva contribuir para o aprimoramento dos saberes docentes e dos demais profissionais da educação para trabalhar com alunos que possuem deficiências, especificamente os cegos, nas salas de aula do ensino regular por meio da análise dos processos de aquisição da linguagem escrita, na tentativa de ressignificar o fazer pedagógico numa perspectiva inclusiva. Entendendo que a qualidade da mediação pedagógica é fator determinante na qualidade dos vínculos que se estabelecem entre os alunos/professores/conteúdos escolares/conhecimento, o referencial teórico utilizado para o desenvolvimento deste estudo é a perspectiva histórico-cultural desenvolvida por Vygotsky, segundo a qual a aprendizagem é social, mediada por elementos culturais, oportunizando um novo olhar para as práticas pedagógicas. O aporte metodológico é qualitativo, trata-se de um estudo de caso em uma escola do campo, unidocente e multisseriada; lócus de observação das práticas pedagógicas de cinco professores (sendo uma da sala de recursos) bem como, das relações de ensino que se estabelecem na sala de aula que estão sendo devidamente documentadas em diário de campo. Por tratar-se de uma pesquisa em andamento, os resultados ainda estão sendo construídos.