O presente trabalho visa contribuir para a discussão da importância de trabalhar com o aluno a consciência das influências da oralidade em sua produção escrita, substituindo formas inadequadas para este registro, trazendo sugestões de atividades que lhes mostrem por que um mesmo termo tem formas diferentes em cada modalidade de registro.  A discussão perpassa tanto pelo método da pesquisa interventiva quanto uma reflexão específica, em torno do processo ensino-aprendizagem das regras ortográficas partindo do pressuposto de desvios ortográficos, conforme os estudos de (CAGLIARI, 2010) e (MORAIS 2010, 2014), tornando-se assim uma pesquisa–ação crítico-colaborativa (THIOLLENT, 1994) ao trabalho do professor. Procuramos mostrar, por meio de algumas possibilidades de análises fonológicas a presença da oralidade na modalidade escrita, pois, por mais que o estudante tenha informações sobre a diferença de registros, é na produção espontânea que verificamos o uso do registro em conformidade ou não com a norma-padrão, mostrando que “a linguagem escrita é uma função linguística distinta, que difere da linguagem oral tanto pela sua estrutura como pela sua função” (VYGOTSKY, 1979, p. 131). Dessa forma, apresentamos algumas maneiras como o professor de Língua Portuguesa pode explorar a expressividade fônica na produção de sentido em textos de diferentes gêneros com seus alunos. Essas análises pretendem ainda subsidiar os professores no trabalho com ortografia, visto que exemplificam formas de trabalho com a Análise linguística e sua relação com a Prática de escuta, de leitura e de produção de textos. Os resultados mostram que houve uma melhora significativa na escrita das palavras de acordo com a ortografia oficial, através das situações significativas do uso da língua escrita desenvolvidas em sala de aula.