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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo

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Ordem do discurso e Educação: sentidos de gênero no Plano Nacional de Educação

Autores:
Bruno Caetano Felipe da Silva (UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas)

Resumo:

Em meados de 2014, durante a discussão do Plano Nacional de Educação (PNE), documento que parametriza a educação nacional pelo período de uma década, certa ala da Câmara dos Deputados, fez circular no congresso (e na sociedade) a expressão “ideologia de gênero” referindo-se ao movimento a favor da inserção da palavra “gênero” nos documentos que regulamenta a educação. Tal força política, cunhada como “Bancada Evangélica”, expressa seu posicionamento contrário a tais avanços sociais caracterizando “gênero” como um termo ideológico e de origem marxista. O presente trabalho pretende-se reter na sessão da Comissão Especial do Plano Nacional de Educação ocorrida no dia 8 de Abril de 2014, o corpus é constituído a partir de pronunciamentos públicos, projetos de leis, emendas constitucionais, arquivos sonoros e outra gama de textos que oficialmente escrevem os trâmites em torno das discussões sobre o Plano Nacional de Educação no cenário político brasileiro. Reunindo tanto discursos proferidos por figuras públicas do cenário político quanto nos documentos oficiais que balizam as discussões sobre a educação a nível nacional, arquivados e disponíveis no site da Câmara dos Deputados. Trabalhar o arquivo, como suporte de descrição de um acontecimento mobiliza, como proposto por Conein (2016), problemáticas em diferentes planos abrangendo o plano da ação política, com duas posições de agentes dissimétricas: o agente enunciativo (o porta-voz) e o agente a quem é atribuída uma ação (o povo). A análise deverá reter-se no enunciado proferido pelo Deputado Federal Luiz Fernando (PP) que se pronuncia contrario à implementação da palavra gênero no PNE pois este acredita que “na essência do ser humano, existe uma distinção clara, dada pelo criador.”, se voltando para essa tal “essência do ser humano” e da “distinção clara” que encontramos no corpus e sua relação com gênero e o aparelho escolar.


Agência de fomento:
Unicamp