O presente artigo é uma proposta de leitura sobre os conflitos que a ideia de maternidade impõe sobre a mulher dentro de uma sociedade patriarcal e machista, a partir da análise do romance "Com armas sonolentas: um romance de formação" publicado pela escritora Carola Saavedra (2018). A questão do gênero marcante na obra desconstrói a representação da mulher mãe, a qual se revela por uma investigação incessante de afirmação da identidade e sua relação com o outro. Nesse sentido, o trabalho teve sua pesquisa à luz da teoria feminista, segundo Elisabeth Badinter (1980), Simone de Beauvoir (2016) e Orna Donath (2017), a fim de costurar os tecidos (no sentido Barthesiano) entre as ciências sociais e a literatura, para melhor compreensão de uma textualidade contemporânea, elucidando, assim, sobre como esse texto pode ser possível e reflexo sobre o momento presente, ou seja, mais do que a tradução de um determinado tempo, a preocupação também perpassa em analisar como ele se materializa na forma e na linguagem do romance. Por isso, considera-se  pertinente perceber os artíficios e as montagens que a autora elegeu para significar a sua obra, sem deixar de mencionar o fato de ser uma literatura escrita por uma mulher, em pleno século XXI, sobre mulheres, afetos, desejos, maternidade e busca pela identidade, cujas narrativas correm paralelas mas não se isolam, entrelaçam-se.