Objetiva-se  analisar a forma como os textos multimodais veiculados pelo Instagram tem proporcionado a interação cognitiva, ao constituir-se como um meio de ligação entre o sujeito leitor e o mundo. Tendo como base teórico metodológica os estudos desenvolvidos por Dionísio (2007), Silva (2013), Luna (2002), Gibbs(1995), entre outros teóricos da Linguística Cultural e da Semântica Cognitiva, buscamos através das análises das fanpages @ironica, @mulheresdetpm e @ascretinas (denominadas popularmente entre os adolescentes de Instazueira), avaliar os símbolos e as mensagens veiculadas através dos textos multimodais e as consequentes construções ideológicas que fundamentam tais discursos. O recorte para o discurso de gênero foi realizado para verificarmos como o “ser mulher”, feminina, feminista, tem sido veiculado por esse registro de escrita a partir da conexão com as múltiplas formas da linguagem. Como define Dionísio (2007), o texto multimodal enquanto construtor textual advindo de diferentes modos de representação, abarca, além dos registros escritos, os registros da linguagem oral e gestual. Nesse sentido, as palavras e as imagens, assim como as palavras e as animações utilizadas pelas mensagens do Instagram, trazem consigo a materialização e os signos semióticos que vão construindo e materializando as textualidades produzidas pelas fanpages de acordo com as semioses veiculadas. A experiência do uso das fanpages na interpretação da textualidade em sala de aula, nos diz de uma necessidade primordial para o ensino de linguagens, pois é este o atual contexto de exposição da formação leitora que temos na contemporaneidade. O olhar atento para a disseminação das imagens e palavras na formação leitora deve estar associado diretamente a sua capacidade interpretativa da vida e do mundo.