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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo

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A literatura e a mulher brasileira

Autores:
Eunice Tenorio Falcão Vilar (UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco)

Resumo:

“Enquanto não souber pensar [a mulher] será instrumento passivo em favor das instituições do passado. E ela própria, inconsequente, trabalhará pela sua escravidão”, assim escreveu a escritora brasileira Maria Laceda de Moura em 1822. Mas apesar de tanto ser comentado na literatura sobre o descaso do papel da mulher na sociedade, tanto no âmbito nacional e internacional, pouco era avanço na mudança de cenário, a mulher ainda era vista como inferior e condicionada a cuidar da casa e da família. Escritoras como Rosalina Coelho Lisboa, que escreveu O rito pagão(1921), Gika Machado, Meu glorioso pecado(1928) e Rachel de Queiros, são  algumas das poucas mulheres que além de escrever lutavam pela maior participação social feminina, e  graças a elas, escritoras brilhantes do final do século 21 conseguiram escrever seus livros sem medo. Com a engajada Clarice Lispector, foi possível analisar o psicológico de seus personagens com os minuciosos detalhes em seus livros, tal como em A hora da estrela (1977) ou A paixão segundo G.H.(1964), outras ainda que se propunham à poesias ou livros infantis. A mulher só ganhou espaço para escrever quando decidiu lutar pelos seus direitos e conseguiu abrir áreas inimagináveis, tal como escreveu Marina Colasanti, poetisa contemporânea, em Porta do armário aberta (1993) “Abro a porta do armário como abro um diário, a minha vida ali dependurada meu frusto cotidiano sem segredos intimidade exposta que os botões não defendem nem se veda nos bolsos”. Dessa forma, este simpósio pretende apresentar as mulheres ilustres da literatura brasileira que, apesar da dificuldades sociais, como preconceito, conseguiram continuar seus estudos e hoje podem influenciar outras mulheres a lutar pelo seu espaço na sociedade sem medir esforços.