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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


CONFLITO OU CONVIVÊNCIA HARMÔNICA DOS DIFERENTES ?: CONTAÇÃO REFLEXIVA DE FÁBULAS DE GIRARDET E ROSADO

Autores:
Oscar de Lira Carneiro (UFCG - Universidade Federal de Campina Grande)

Resumo:

 

Desde a concepção helênica clássica de educação enquanto formação corporal e espiritual humana (“paideia”) até a complexidade do educar na contemporaneidade, a literatura tem exercido inegável papel formativo. As condições de convivência entre humanos fundamentada nos direitos humanos, especialmente o respeito à diferença constitui-se num desafio urgente. Tomando por referência o reconhecimento da diversidade cultural e sua legitimidade enquanto direito humano, experimentamos avaliar a compreensão de valores relacionados a estes direitos junto a adolescentes de uma turma de 6o ano do ensino fundamental de uma instituição de ensino num bairro popular de Campina Grande, Paraíba. Esta avaliação se dá a partir de contação seguida de debate de uma série de fábulas da coleção paradidática infantil Violência, Não! escrita por Sylvie GIRARDET e ilustrada por Puig ROSADO, publicada pela Ática/Scipione (2014). Num primeiro momento, procura-se identificar nas fábulas citadas, a presença de valores e direitos previstos documentos da UNESCO apontados na sequência. Os registros indicadores da sensibilidade a conceitos pertinentes à diversidade, tais como alteridade e tolerância, são considerados tendo como referência teórica os conceitos manifestos em três publicações da UNESCO: O Relatório Educação: um tesouro a se descobrir de Jacques DELORS (1998), especialmente o pilar Aprender a conviver ; e a Síntese Aprender a conviver: será que fracassamos?, da 46ª CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DA EDUCAÇÃO DA UNESCO (Suiça, 2001). Em um início de século marcado por extremismos, fundamentalismos, intolerância violenta, etc., malgrado já reunirmos as condições tecnológicas e conceituais para uma educação planetária, entendemos a pertinência de se educar as novas gerações para a consciência plena dos direitos humanos concernentes à convivência amistosa entre diferentes e, para tal, é preciso considerar a contribuição da literatura infantojuvenil.