A desvalorização da formação docente de professores de Português Língua Estrangeira inviabiliza ações estratégicas importantes como a garantia de espaços para formação na academia, através da institucionalização curricular/departamental, assim como restringe a atuação em postos de carreira (ALMEIDA FILHO, 2012:728). Ciente deste cenário, este estudo procura analisar como são construídas as relações entre os membros do grupo “Ensinar português como segunda língua” e de que maneira o processo formativo é vivenciado nessa rede social, tendo como objetivo central investigar como são mobilizadas discursivamente as identidades docentes dos membros. Além disso, esta pesquisa concebe tal grupo como um site de rede social (ELLISON et al, 2007) e, através da geração estatística de dados que delineiam relações entre os participantes, elenco um procedimento teórico-metodológico situado na cartografia (PASSOS et al., 2009). Desta maneira, será possível desenvolver um diálogo entre os dados estatísticos concebidos através da Análise de Redes Sociais (RECUERO, 2014; RECUERO, 2009; SILVA, 2015) com as interações e relações que se dão no grupo, permitindo investigar como os participantes mobilizam visões de “lingua(gem)”, “docência” e “cultura”. A formação docente acarreta em aquisição de saberes (CHARLOT, 2005:92) e envolve o acesso a uma cultura específica, tornando o sujeito gerador de sentidos desta cultura (CHARLOT, 2005:95). E, portanto, a relação entre formação e identidade docente é fonte de agência para a mudança social (MORGAN, 2017: 206). Vinculada a um panorama da Linguística Aplicada Crítica (PENNYCOOK, 2001) e de uma perspectiva educacional transgressiva (JORDÃO et al., 2011) orientada para a educação linguística transdisciplinar (CAVALCANTI, 2013) e para a criticidade e a cidadania (ROCHA; MACIEL, 2015), esta investigação examina relações de construção de sentido que são vivenciadas e negociadas entre professores no Facebook no que diz respeito aos processos constitutivos de identidades docentes e, em que medida este grupo se configura como potencial para (des)aprendizagens.