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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


CHEGA DE PERRENGUE: “DICIONÁRIO DE VOCÁBULOS TRIVIAIS DO PORTUGUÊS DO BRASIL”

Autores:
Maria Cristina Parreira da Silva (UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho")

Resumo:

Biderman, há quase vinte anos, afirmou que "o português ainda precisa de

muitos e profundos estudos sobre a história do seu vocabulário" (Alfa, 2000,

p.28). Tal assertiva ainda procede e continua atual, sobretudo com relação ao

Português do Brasil (PB). Os dicionários gerais seriam as obras ideais para

registrar e armazenar as unidades lexicais (UL), de modo a tratarem, da forma

mais completa possível, do léxico de uma língua. No entanto, nem sempre são

capazes de contemplar aspectos importantes da descrição lexical, devido às

características de sua macro e microestrutura. Há, nesse sentido, falhas e

lacunas com relação à descrição do léxico formal. No que concerne ao

vocabulário informal, essa parcela do léxico é, muitas vezes, evitada nos

dicionários-padrão ou registrada com marcas de uso pejorativas, quando nem

sempre é o caso. O objetivo desta comunicação é apresentar como foram

organizadas a macro e a microestrutura do DICIONÁRIO DE VOCÁBULOS

TRIVIAIS DO PORTUGUÊS DO BRASIL, o DVT-PB, que é um tipo especial

de dicionário, proposto em um projeto interdisciplinar e interinstitucional,

financiado pela FAPESP – Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São

Paulo (Processo 2015/16883-4). A obra trata, portanto, do léxico informal e

vernacular, essa parcela do léxico pouco estudada, denominada no projeto de

maneira mais popular de "vocábulos triviais" (VT; PARREIRA, SCHINELO,

2014) ou, numa vertente mais teórica, de "lexias de variante diafásica informal"

(LVDi), como por exemplo 'caraminguás', 'embromar', 'perrengue'. O DVT-PB

inova pelo fato de trazer uma descrição em duas vertentes: a léxico-semântica

e a histórico-discursiva da LVDi, demonstrando que há motivação sociocultural

para a manutenção dessas unidades nos discursos informais e também por

contar com um software concebido especialmente para sua elaboração, o D-TRIVIAL

(DE GRANDI, 2017).

 


Agência de fomento:
FAPESP