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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


MUSEUS: MODOS DE DIZER A CIDADE PELA HISTÓRIA E PELA MEMÓRIA

Autores:
Leandro Tafuri (FAG - Faculdade Guairacá, SEED - Secretaria do Estado de Educação)

Resumo:

Inscrevemo-nos na Análise de Discurso, disciplina de entremeio que, fundada por Michel Pêcheux, tem por objeto o discurso a partir de sujeitos interpelados pela ideologia e atravessados pelo inconsciente. Coloca em suspenso a leitura de distintas textualidades, incluindo documentários, obras de arte, espaços urbanos. Neste trabalho, enfocamos os museus e os definimos como lugares de memória. No entanto, assim como Nora (1984), entendemos que o objetivo dos museus não é a celebração, mas a crítica. Nossa posição ancora-se em Venturini (2009), segundo a qual os museus, assim como a memória, não têm como serem gerenciados.  A interpretação e a leitura dependem dos sujeitos e da inscrição deles em formações discursivas, as quais determinam, conforme Pêcheux (1997), o que pode e o que não pode ser dito. Ancoramo-nos em Robin (2016), speecialmente, em relação ao passado e às ligações dele com o presente e com o futuro. Sinalizando que o passado não é livre, pois a sociedade é que determina o que deve ser comemorado, odiado, lembrado ou esquecido.  Discursivamente, entendemos que mesmo que a sociedade tente gerenciar esse passado, ele, enquanto parte de um museu, não se constitui pela saturação, mas pelo deslize, pelas filiações de sujeitos em FDs.  Diante disso, objetivamos discutir, a partir do Museu Visconde de Guarapuava, os sentidos da cidade, perguntando pelos deslizamentos que resultam da reverência a um sujeito que faz parte de uma história permeada pela ‘posse’ de terras, pelo trabalho escravo, mas as narrativas em torno dele, apagam a presença dos índios e dos escravos. Para dar conta desse objetivo, recortamos o documentário “Museus, arquivos: lugares de memória do/no espaço urbano”, buscando as narrativas que sustentam a história do Visconde e da cidade de Guarapuava. O destaque principal é para as narrativas museológicas, filiadas a um projeto desenvolvido por Venturini (2018), em andamento.