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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


Eleições Presidenciais no instagram: a ironia como desdobramento dos esquecimentos ideológico e enunciativo constitutivos dos discursos de sujeitos eleitores

Autores:
Larissa dos Santos Lima (UFS - Universidade Federal de Sergipe)

Resumo:

Durante as eleições de 2018, discursos foram utilizados para significar candidatos à presidência e posicionamentos partidários. No ciberespaço, isso se intensifica por meio das hahstags, as quais, em poucas palavras, constroem fórmulas que apontam para discursos e sujeitos ideologicamente marcados. Nesse sentido, houve um destaque ao perfil Barbie Fascionista, criado após o primeiro turno, no período que precede o segundo turno das eleições presidenciais entre Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL). O perfil está na rede social instagram e apresenta discursos que se inserem em formações discursivas de posicionamento direitista para ironizar as motivações de voto dos eleitores contrários às políticas esquerdistas. A ironia, não só do discurso, parte da estratégia de utilizar a imagem da boneca Barbie, cujo estereótipo é reforçado por meio do discurso a que está associada – branca, rica, magra, entre outros. Considerando a heterotopia instagram como um espaço de circulação de discursos e, notadamente, de sentidos, este trabalho, fundado na Análise do Discurso francesa de linha pecheutiana, objetiva analisar os discursos que se apresentam na legenda de imagens do perfil Barbie Fascionista, a partir das concepções da Análise do Discurso (Orlandi, 1997; 2005; Fernandes, 2013; Gregolin, 2003; Pêcheux, 1997; 1997), com destaque para as noções de esquecimento (Pêcheux, 1997) e de silêncio fundador (Orlandi, 1997). O corpus será composto por cinco publicações do perfil apontado, o qual possui mais de 78 mil seguidores. Os resultados parciais indicam que: i) os discursos produzem sentidos que apontam para os esquecimentos ideológico e enunciativo; ii) a noção de silêncio fundador permite analisar o processo de dizer isso e não aquilo, e de significância quanto ao que é silenciado, uma vez que os discursos analisados são ironizados por sujeitos outros que não aqueles para os quais são ideologicamente constitutivos.


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