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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


AVALIAÇÃO SUBJETIVA DO ABAIXAMENTO VOCÁLICO NO NORDESTE DO PARÁ

Autores:
Jany Éric Queirós Ferreira (UFRA - UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA, UFPA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ) ; Benedita do Socorro Pinto (UFPA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ)

Resumo:

Este trabalho tem como objetivo apresentar resultados preliminares de um estudo sobre crenças e atitudes linguísticas de três dialetos, considerando a regra de abaixamento vocálico das vogais médias pretônicas na variedade linguística falada em zona de contato interdialetal na Mesorregião Nordeste do Pará (FERREIRA, em andamento). O trabalho pautou-se nos pressupostos teórico-meotodológicos da Dialetologia Pluridimensional, da Sociolinguística Variacionista, mais especificamente dos Estudos de Crenças e Atitudes Linguísticas, (LAMBERT, LAMBERT, 1968; LÓPEZ MORALES, 1993; RADTKE E THUN, 1996; LABOV, 2008). A amostra composta (16 informante) foi estratificada segundo o parâmetro: diatópico (8 informantes de cada localidade, topostáticos – nativos da localidade – e topodinâmicos – migrantes cearenses); diassexual (4 homens e 4 mulheres) e diageracional (18 a 25 anos e 50 a 65 anos). Os dados foram coletados a partir de entrevistas, com utilização do protocolo de leitura, resposta ao questionário e narrativa, bem como a técnica verbal guise test. O material coletado foi transcrito no Praat, para posterior seleção, codificação e rodada no Goldvarb X. Os resultados apontaram predomínio do não abaixamento, seguindo a tendência de outras localidades do Pará (RAZKY et al 2012; CRUZ, 2012). O grau de formalidade não se mostrou muito importante para o controle das médias pretônicas como havíamos cogitado. O falar cearense foi o mais bem avaliado, não se configurando, portanto, uma relação direta entre a realização da médias e a avaliação negativa que se faz desse falar, como se havia cogitado. Na avaliação dos homens e dos adultos (faixa etária de 50 a 65 anos) o dialeto cearense foi privilegiado, enquanto mulheres e os jovens (18 a 35 anos) privilegiaram os dialetos local e de Belém.