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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


Empréstimos, estrangeirismos e neologia tradutiva: o que as unidades lexicais especializadas revelam sobre a formação terminológica de um domínio

Autores:
Márcia de Souza Luz-freitas (USP - Universidade de São Paulo, UNIFEI - Universidade Federal de Itajubá)

Resumo:

Esta comunicação aborda a presença de neologismos na terminologia da Engenharia Biomédica em Língua Portuguesa do Brasil. Considerando a estreita relação entre Terminologia e Neologia, principalmente em um domínio emergente, e que os processos de formação de termos podem fazer uso de empréstimos tanto internos quanto externos à língua, parte-se do pressuposto de que parte dos termos utilizados em Engenharia Biomédica se caracteriza como formação sintagmática cuja extensão deixa perceptível a junção de termos oriundos de domínios preexistentes. Entretanto, em relação ao conjunto terminológico desse domínio, muitas das formações sintagmáticas encontradas no corpus originaram-se na Língua Inglesa e entraram no domínio estudado por meio da neologia tradutiva. Assim, o objetivo deste trabalho, fundamentado teórica e metodologicamente na Teoria Comunicativa da Terminologia, na Socioterminologia e nos estudos de Neologia, é analisar o percurso das formações neológicas em Engenharia Biomédica com ênfase nos processos neológicos de empréstimo e tradução. Para isso, selecionaram-se alguns elementos do corpus, cujo estudo foi feito a partir da identificação das áreas de conhecimento em intersecção e da contribuição de seus respectivos estratos terminológicos. Foram analisados os contextos de uso que, além de possibilitarem tal identificação, forneceram ainda pistas para a descrição dos mecanismos tradutórios. Os resultados mostram que há ocorrência paralela dos termos equivalentes em inglês de modo isolado ou entre parênteses após a forma equivalente em português. Esses mecanismos resultam, muitas vezes, em variação tanto das formações sintagmáticas quanto da representação delas por meio de siglas. Concluiu-se que há uma instabilidade terminológica condicionada pela formação a partir de estratos de domínios ancestrais e pelo processo de neologia tradutiva.