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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


Quando relacionar (não) é opor: um projeto pioneiro para o ensino da antonímia no 1.º Ciclo do Ensino Básico em Portugal

Autores:
Maria Adriana da Costa Baptista (ESE-PP - Escola Superior de Educação do Politécnico do Porto) ; Joao Azevedo (ESMAD - Escola Superior de Média Arte e Design do Politécnico do Porto)

Resumo:

Nesta comunicação, apresentaremos um dos produtos do Projeto Língua e Cidadania: das relações entre palavras ao conhecimento do mundo, financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa), desenvolvido em parceria por duas escolas do Instituto Politécnico do Porto, a Escola Superior de Educação e a Escola de Média Arte e Design.

Com este projeto pretendeu-se investigar, numa perspetiva de interação léxico, cultura e cidadania, as dimensões linguística e pedagógica das relações semânticas entre palavras. Investigamos o modo como o Léxico Mental é parcialmente responsável pelo processamento cognitivo do(s) Mundo(s) e das interações e relações entre os sujeitos e os objetos que os habitam. Propomos, no âmbito deste projeto, que a aprendizagem das relações semânticas entre palavras não instale nas crianças o pensamento dicotómico, fruto de representações sociais estioladas. A alternativa proposta envolve, desde o 1.º ano do Ensino Básico, o ensino prioritário das relações semânticas múltiplas (em vez das de antonímia binária).

Nesta comunicação, evidenciaremos os contributos da investigação multidisciplinar para a elaboração de propostas didáticas: através de três narrativas bimodais, foram questionadas as possibilidades de organização lexical, colocando pares de palavras aparentemente dicotómicos em contextos de ocorrência que podem admitir relações semânticas de gradação ou mesmo de sinonímia, comprometendo a inevitabilidade de organização/interpretação antonímica. Para evidenciar a densidade semântica desses pares foram elaborados exercícios de compreensão lexical com realidade aumentada, para serem utilizados como ferramentas pedagógicas inovadoras, em contexto de aprendizagem. As aplicações de realidade aumentada exigem, como mostraremos, uma leitura de várias possibilidades de organização dos pares lexicais existentes nas narrativas e a compreensão da densidade semântica através do visionamento de hipóteses diversificadas.


Agência de fomento:
Politécnico do Porto