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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


A construção da identidade feminina em duas narrativas sobre o Brasil

Autores:
Thami Amarilis Straiotto Moreira (CGESP - Centro Goiano de Ensino Pesquisa e Pós-Graduação)

Resumo:

Nos primeiros dias do descobrimento do Brasil foi escrita uma carta registrando as impressões iniciais do tripulante e escrivão a bordo de uma das naus portuguesas, Pero Vaz de Caminha. Futuramente, considerou-se a carta de Caminha como o primeiro documento oficial do Brasil. Escrita em forma de diário, isto é, com o ritmo de escrita marcado pelos intervalos que correspondem aos dias e aos lugares pelos quais os navegantes passavam, a Carta do Descobrimento possui a descrição de vários aspectos da Nova Terra recém-descoberta, que posteriormente se chamaria Brasil. Por isso, geralmente, ao se discutir o imaginário brasileiro a Carta do Descobrimento é citada, uma vez que ela é considerada a primeira interpretação oficial e escrita do Brasil, e que alguns dos seus sentidos são retomados e ressignificados em discursos posteriores, como em Casa Grande e Senzala (FREYRE, 2006). A obra de Freyre (idem), como outras lançadas no final do século XIX e começo do XX, formam um importante eixo discursivo sobre a formação do Brasil e criam alusões de modelos nacionais para o país que acabava de se tornar independente (RICUPERO, 2011). Entre esses autores, considerados pelos estudos sobre a formação do Brasil e enquadrados nesse período, a obra de Freyre tornou-se na época, e até os nossos dias, uma referência bastante conhecida e marcante por defender uma mestiçagem iniciada por antagonismos que começam no povo português, mestiço em sua formação, e continuam no brasileiro por um processo de fusão (ZILBERBERG, 2004). Por conseguinte, com o objetivo de investigar especificamente as imagens femininas contidas nesses dois discursos, este trabalho traz os resultados de uma pesquisa que se fundamenta na semiótica francesa, analisando, principalmente, o nível discursivo e seu aspecto semântico atualizado por meio da isotopia figurativa e temática (BERTRAND, 2003).