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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


A REFERÊNCIA A HUMANOS POR MEIO DE NOMES GERAIS

Autores:
Paola Santos Lima Soares (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais)

Resumo:

Este trabalho, que pretende apresentar os resultados parciais de uma pesquisa de mestrado em desenvolvimento, orientada pela Profa. Dra. Aléxia Teles Duchowny, analisou, sob a perspectiva teórico-metodológica da sociolinguística variacionista (LABOV,1972a,1994, 2011), os nomes gerais empregados na referência a pessoas. Exemplos de nomes que se enquadram nessa classificação são: homem, mulher, menino, menina, pessoa, etc. Trata-se aqui por nome geral substantivos que, de acordo com Halliday e Hasan (1995 [1976]), aproximam-se dos pronomes, pois são itens com alto grau de generalização e que, por isso, podem ser associados a entidades distintas. Isto é, são substantivos que passaram por um processo de gramaticalização, resultando em perda semântica, o que os tornou itens vagos, que pouco especificam o objeto a que se referem. O objetivo deste trabalho é identificar os condicionadores internos e externos que favorecem a escolha do falante por um ou outro nome geral em contextos em que há concorrência entre as formas. Por exemplo, no século XVIII, o nome menino(a) era usado somente para crianças de até sete anos de idade (BLUTEAU; SILVA, 1789). Atualmente, as acepções deste item não incluem essa delimitação, ele é empregado na referência a indivíduos de diferentes faixas etárias: crianças, adolescentes e adultos, concorrendo com outras formas como homem, mulher, moça, rapaz, etc. Os resultados iniciais desta pesquisa corroboram a hipótese de que alguns desses itens seriam favorecidos na fala de informantes mais jovens, do sexo masculino e menos escolarizados.