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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


Sobre a toponímia de Minas Gerais – O caso de Inhotim.

Autores:
Márcia Maria Duarte dos Santos (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Maria Cândida Trindade Costa de Seabra (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais)

Resumo:

Wells, engenheiro inglês, chegou em Minas, em 1873, contratado pela Companhia de Construção de Obras Públicas, também inglesa, incumbida pelo governo brasileiro de estudar e determinar percursos ferroviários. Suas memórias ensejaram a publicação “Explorando e viajando três mil milhas através do Brasil – do Rio de Janeiro ao Maranhão”, cuja primeira edição inglesa e a única em português datam, respectivamente, de 1886 e 1995. Embora o título não revele, uma boa parte da narrativa desenvolve-se em terras mineiras, proporcionando notáveis contribuições para estudos históricos, geográficos, econômicos e toponímicos. Ampliam-se essas contribuições com a descoberta, recente, de um croquis topográfico -manuscrito colorido de Wells, na escala 1: 100 000, sob a guarda do Arquivo Nacional (Rio de Janeiro). O croquis da rota de extensão da ferrovia, chamada Paraopeba, registra 188 topônimos. Dentre esses, destaca-se “Nhotim” -  no livro, chamado “ Neotim”, e, referente, segundo nota de tradução, a “uma localidade próxima a Capela Nova, atual Betim”, provavelmente, “... unida a esta mais tarde”. Atualmente, os topônimos evocam o Instituto Inhotim que abriga um jardim botânico e um acervo de arte contemporânea, situado, no município de Brumadinho, em Minas Gerais, próximo à Betim. Etimologicamente, Inhotim é intrigante, sendo, comumente, relacionado ao nome de um minerador inglês – Sir Timothy, morador na área ocupada, atualmente, pelo Instituto. De acordo com essa hipótese, o pronome Sir, substituído por Senhor, era falado Nho, donde Inhotim. Esta comunicação, focando-se na análise do croquis e na narrativa das memórias de Wells, visa:   apontar referências para a ampliação da história do acidente geográfico Inhotim, e sua atualização geográfica; além de buscar novos elementos sobre a origem e a motivação do nome “Nhotim”, “Neotim” ou Inhotim.