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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


A PERCEPÇÃO DA VARIAÇÃO DA LÍNGUA COMO FATOR DE PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO: RURAL VERSUS URBANO

Autores:
Ana Cláudia do Nascimento Silva (UERN - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO RIO GRANDE DO NORTE)

Resumo:

Este trabalho é resultado de uma pesquisa realizada no âmbito do Mestrado Profissional em Letras (ProfLetras) que objetivou reduzir os efeitos relativos ao preconceito linguístico vivenciado por discentes do ensino fundamental. A proposta atual buscou investigar quais seriam os resultados obtidos com a proposta ao aplicá-la em sala de aula de português com alunos oriundos do ensino médio. Para tanto, buscou-se nos fundamentos teóricos da Sociolinguística Variacionista a base para planejar e aplicar um projeto de intervenção que viesse sanar o problema diagnosticado. Esta perspectiva teórica concebe a língua como um fenômeno heterogêneo e maleável e a gramática, como um conjunto de regularidades fixadas e definidas pela comunidade linguística como  formas ritualizadas de uso que são susceptíveis à variação e à mudança. Os estudos que dão sustentação provêm de Tarallo (1985), Elia (1987), Pretti (1989), Monteiro (2000), Camacho (2005), Weireich; Labov; Herzog (2006), Labov (2008), Scherre (2009), entre outros. Trata-se de uma pesquisa-ação de natureza qualitativa com suporte quantitativo em que se fez usos de dois questionários, relatos de experiência e 4 oficinas didático-pedagógica para a constituição do corpus de análise. Os resultados atestam que o uso da variação linguística estigmatizadas implica em baixa autoestima dos seus usuários, acarretando alguns entraves para o ensino de língua portuguesa em sala de aula, no que tange à norma padrão. Portanto, urge que a escola como um todo busque conscientizar-se e sensibilizar-se acerca da variação linguística como um fator inerente a toda e qualquer língua do mundo em todos os tempos.