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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


A PRESENÇA FEMININA NA TOPONÍMIA URBANA DE DUAS CIDADES DA FRONTEIRA BRASIL/PARAGUAI: QUESTÕES POLÍTICAS E IDEOLÓGICAS

Autores:
Suely Aparecida Cazarotto (UFMS - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL)

Resumo:

Este trabalho é um recorte da tese de doutorado Interfaces entre a toponímia brasileira e a paraguaia em área de fronteira: perspectiva etnodialetológica, em fase de conclusão, em curso, que está analisando a toponímia rural e urbana dos municípios de Ponta Porã e Pedro Juan Caballero, região de fronteira entre Brasil e Paraguai, e vincula-se ao Projeto ATEMS/Atlas Toponímico do Estado de Mato Grosso do Sul. Os antropotopônimos são “topônimos relativos aos nomes próprios individuais” (DICK, 1990, p. 32) e, como os demais topônimos, são signos linguísticos que revelam a cultura e os costumes de um grupo social, refletem a relação do homem com o lugar em que habita e conservam em sua estrutura a função identificadora. Esta comunicação objetiva discutir a relevância (ou não) da presença feminina nos topônimos urbanos que denominam logradouros públicos de Ponta Porã e Pedro Juan Caballero e a relação desses antropônimos com a história dessas localidades, em especial o episódio bélico da Guerra do Paraguai (1864-1870). O universo da pesquisa foi composto de 758 topônimos ponta-poranenses e 249 pedrojuaninos que nomeiam os logradouros públicos dessas cidades fronteiriças. Pautou-se, basicamente, nos princípios teóricos metodológicos de Dick (1996, 1990), dentre outros. Os resultados evidenciam percentuais bem próximos em termos de frequência de nomes femininos na toponímia das duas cidades: 16% em Ponta Porã (37 topônimos), e 18% em Pedro Juan Caballero (13 designativos), o que aponta para a posição social dos gêneros numa escala bastante relevante: traduz a supervalorização do masculino e seus atos, ao passo que, minimamente, valoriza o feminino na nomeação de logradouros públicos, o que se configura como uma tendência da toponímia urbana, como já observado na toponímia urbana de cidades sul-mato-grossenses (OLIVEIRA, 2014; BITTENCOURT. 2015; CAVALCANTE, 2016; AMORIM, 2017, 2017, etc.) e de outros Estados (DIAS, 2000; ZAMARIANO; 2010; SILVA, 2013, etc.).


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