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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


Quem nasce em... é...: um estudo da constituição dos adjetivos gentílicos e pátrios e suas relações com a identidade

Autores:
Magalí Elisabete Sparano (UNICSUL - Universidade Cruzeiro do Sul) ; Ana Elvira Luciano Gebara (UNICSUL - Universidade Cruzeiro do Sul)

Resumo:

A identidade, no ponto de vista linguístico, é constituída pelo sujeito no âmbito do discurso e assim ocorre com a escolha dos adjetivos pátrios e os gentílicos. A diferença de nomeação, quando feita, refere-se, os pátrios, à nacionalidade, à pátria, ao lugar de origem, como em do Brasil - brasileiro, do Espírito Santo - capixaba; de outro lado, os gentílicos referem-se a grupos éticos, como asiáticos. Esse estudo dedica-se a entender como a identificação dos indivíduos a partir de sua terra natal ou por sua raça pode ser uma maneira de trabalhar com identidade sociocultural e questões linguísticas, dado que a escolha é feita ou por um resultado de nomeações da divisão político-administrativa que se reflete em limites geográficos (IBGE, 2017), ou por manifestação cultural de uma região. Do ponto de vista discursivo, a análise pode ocorrer considerando a memória e a formação discursivas. Esse é o caso, por exemplo, de Fluminense que substitui o adjetivo guanabarino, na extinção do estado da Guanabara, e implanta uma nova pertença, quando da fundação do estado do Rio de Janeiro. Em que o adjetivo pátrio, formado por base lexical tupi-guarani, foi substituído por outra de base latina. Em outros casos, como o da cidade do Rio de Janeiro cujo movimento de resistência da língua indígena deu-se pelo uso, o pátrio carioca. Diferentes respostas a essas demandas sociolinguísticas. Diante desse quadro, essa comunicação tem como objetivo mostrar as relações entre o discurso e os processos de formação dos adjetivos gentílicos e pátrios, demonstrando o valor morfolexical na construção discursivo-identitária do habitante nomeado, para em momento posterior levar essa discussão para a sala de aula. Para o desenvolvimento da pesquisa, considerou-se autores como Sandmann (1989), Alves (1990), Basílio (1987), Cunha (1997[1982]).