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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
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NÍSIA FLORESTA E O FEMINISMO PERIFÉRICO: O AFETO COMO ELEMENTO NA EDUCAÇÃO DE/PARA MULHERES

Autores:
Rafaela Maria Alves Graça (UFRR - Universidade Federal de Roraima)

Resumo:

         Nísia Floresta Brasileira Augusta, pseudônimo assumido pela potiguar Dionísia de Faria Rocha, é considerada a primeira feminista brasileira. Através de seus escritos, que englobam vários gêneros discursivos e propriamente literários, a autora nos dá a conhecer sua história e a sua indignação diante a maneira como a mulher era (é) vista e tratada na sociedade, acreditando na educação como principal meio para a supressão da desigualdade de tratamento entre homens e mulheres. 

         Na obra Conselhos à Minha Filha, de 1842, que Nísia Floresta escreveu para presentear sua filha Lívia, a autora disserta sobre as dificuldades que se encontra ao tornar-se mulher. Tendo como característica marcante certo tom materno, utilizado para ensinar, de forma didática e afetiva, sua filha a viver feliz e morrer sem remorsos. A obra foi traduzida para vários idiomas e, inclusive, recomendada como leitura escolar em países da Europa, em especial a Itália.

        Entretanto, Nísia e sua obra permanecem quase desconhecidas na academia e no debate mais frequente acerca do(s) feminismo(s) no Brasil. A autora permanece relegada a uma espécie de apagamento que silencia a voz feminina nos espaços periféricos, tanto considerando o Nordeste como “periferia” do Brasil em relação ao eixo “central”, o Sul e o Sudeste, quanto o Brasil em relação a outros centros tradicionais de produção de conhecimento. Nosso trabalho tem como proposta elaborar uma panorâmica da obra citada, comentando sua importância no âmbito da construção do pensamento feminista brasileiro, bem como de apresentar as conclusões de nosso projeto de pesquisa de Iniciação Científica, elaborado na disciplina Teoria da Literatura I da UFRR, e desenvolvido ao longo do último ano.