Apresentamos neste trabalho as análises parciais da pesquisa que busca investigar o discurso de divulgação do conhecimento presente nas exposições de um museu. Buscamos compreender como esse discurso se consolida na e pela língua por meio de diferentes materialidades discursivas (textos, imagens, objetos) e como as relações de produção interferem na constituição dos sujeitos, permitindo diferentes interpretações. O aparato teórico-metodológico foi constituído pela Análise de Discurso de matriz Francesa Pechetiana (Pêcheux, 1975), com contribuições advindas de estudos da Divulgação do Conhecimento (Mariani, 2016; Guimarães, 2003). Compõem o corpus de análise três diferentes fragmentos da exposição Demasiado Humano que apresentam perspectivas diversas para a origem do universo, expostas no Museu Espaço do Conhecimento UFMG: 1- Extratos do Tempo, 2- Cosmogonia Judaico-Cristã e Cosmogonia Yorubá. As análises a serem realizadas pretendem interrogar: I) As condições de produção históricas e ideológicas interferem no discurso de divulgação presente nas exposições; II) o funcionamento da discursividade na produção e a divulgação do conhecimento a partir do funcionamento da ideologia, colocando em jogo as determinações históricas da relação entre língua, sujeito e sociedade; III) o modo como a tecnologia materializa o discurso de divulgação e lhe cria injunções de significação; IV) o modo como os saberes vão sendo instituídos – legitimados – em um “espaço do conhecimento”, a partir do funcionamento da discursividade na exposição Demasiado Humano.