Imprimir Resumo


Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


A variação de conectivos causais e o prestígio social velado

Autores:
Marília Silva Vieira (UEG - Universidade Estadual de Goiás)

Resumo:

Com base na interface entre a Sociolinguística (Labov, 1978; 2008 [1972]; 2001; Lavandera, 1978) e as teorias de gramaticalização, (Halliday, 1985; Hopper & Traugott, 1991; Givón, 1995), é possível afirmar que aí, daí e então constituem um envelope de variação quando utilizados como sequenciadores em contextos de causalidade, como “minha mãe nunca tinha morado em cidade grande aí/daí/então ela se assustou muito com o assalto” (Vieira, 2016). Diferentemente de fenômenos fonético-fonológicos, com aparente correlação social, variantes semântico-discursivas parecem sofrer maior resistência a avaliações positivas ou negativas por parte dos falantes. Nesse sentido, o presente trabalho visa averiguar uma possível indexação das formas em análise, a fim de constatar se a substituição das formas aí, daí e então, em um contexto de causa-consequência, geram diferenças estilísticas, e se tais diferenças estariam atreladas a significados sociais (Eckert, 2012). A partir de excertos de fala de uma informante da Cidade de Goiás, a 130 km da capital, Goiânia, no estado de Goiás, este trabalho pretende investigar atitudes linguísticas acerca dos de aí, daí e então como sequenciadores de causalidade. Para tanto, foram aplicados testes de percepção a alunos de 3º ano do Ensino Médio uma escola privada, na mesma cidade. Identificaram-se correlações entre identidades sociais pré-determinadas e o uso dos sequenciadores em questão, sobretudo quando julgado o quesito “culto”, fortemente indexado pelo item então.