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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


A DISCURSIVIDADE SOBRE AS NOVAS TECNOLOGIAS NA ESCOLAS PÚBLICAS E O LIVRO DIDÁTICO DE LÍNGUA PORTUGUESA

Autores:
Cristiane Pereira dos Santos (UNEMAT - Universidade do Estado de Mato Grosso )

Resumo:

 

 Este artigo busca compreender, os sentidos constituídos sobre a inserção das novas tecnologias digitais nas escolas públicas brasileiras a partir do Programa Nacional de Tecnologia Educacional – ProInfo e seus efeitos nas práticas de ensino de língua portuguesa. Para tanto, nosso olhar, neste trabalho, direcionou-se para as políticas de língua que estão em circulação nas escolas públicas, a partir de recortes extraídos de dois livros didáticos de língua portuguesa, destinados a alunos do 3º ano do Ensino Médio, ambos produzidos para serem utilizados por três anos consecutivos (2018– 2020). Teoricamente, este estudo filia-se à Análise de Discurso de linha materialista em articulação com a história das Ideias Linguísticas (HIL). O estudo sobre as políticas de língua e as tecnologias no espaço escolar, especialmente nas aulas de Língua Portuguesa, envolve processos de linguagem que, não são neutros, pois são historicamente determinados e neles se inscrevem relações políticas e ideológicas. O funcionamento discursivo do jogo político-econômico revelou-nos, a partir de nossas análises, que as políticas de inclusão de tecnologias nas escolas trabalham com a ilusão de igualdade entre sujeitos, quer seja pela inclusão digital, quer seja pela inclusão social. No entanto, para que se obtenha um resultado satisfatório na melhoria da qualidade do ensino de língua, não basta usar as tecnologias digitais como suporte, se as perguntas feitas por meio delas apontarem para um fechamento dos sentidos no trabalho com a leitura e a escrita, como é próprio do livro didático. Como nos ensina Orlandi (2008, p.36-37), “não é o acesso ao instrumento em si que muda as relações sociais, mas o modo de sua apropriação, no qual estão atestadas as marcas de quem se apropria dele”. Há de se rever, portanto, as concepções de língua, de sujeito e de tecnologia que sustentam as políticas linguísticas propostas nos instrumentais de ensino.


Agência de fomento:
FAPEMAT- CAPES