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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


ESTRATÉGIAS DISCURSIVAS PARA ALFABETIZAÇÃO DE CRIANÇA AUTISTA - UM ESTUDO DE CASO

Autores:
Claudia Cristina dos Santos Andrade (UERJ - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO) ; Tatiane Maia de Freitas (UERJ - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO)

Resumo:

O estudo aqui proposto se debruça sobre a aprendizagem da escrita por uma criança com Transtorno do Espectro Autista(TEA),a partir da qual levanta as seguintes questões: como é a linguagem que a criança autista constrói e de que maneira o Outro se insere em sua produção de linguagem? A ideia de um Outro como elemento fundamental na produção da linguagem humana (VIGOTSKY, 1997) é aliada ao conceito de alteridade (BAKHTIN, 1997), e se torna desafiante quando nos deparamos com uma das mais importantes características do TEA: o desvio no desenvolvimento da linguagem. Observa-se em indivíduos com TEA o uso da ecolalia, ou seja, a repetição mecânica de palavras e até mesmo frases que ouve. Estudos de Saad, Goldfeld (2009), Fernandes (2011) apontam a ecolalia como uma tentativa de manter contato social, quando o indivíduo é confrontado com uma linguagem além de suas competências lingüísticas. Nesse sentido, o grande desafio neste trabalho foi identificar os marcadores sociais nos enunciados desta criança, bem como analisar de que forma se constitui a dialogicidade no discurso apresentado no universo que habita uma criança autista. Para tanto, nos apoiamos nas teorias do Desenvolvimento de Vigotsky (1987) e no conceito de linguagem definido por Bakhtin (1997, 1992), para compreender o processo exitoso de alfabetização de uma criança com TEA, em que a estratégia de ensino optou pelo uso dos textos reproduzidos em sua ecolalia.