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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


A FLUTUAÇÃO DO PRONOME ÁTONO TE NO PORTUGUÊS FALADO NO BRASIL

Autores:
Amanda Brito de Medeiros Farias (UFPB - Universidade Federal da Paraíba) ; Denilson Pereira de Matos (UFPB - Universidade Federal da Paraíba) ; Francineide Fernandes de Melo (UFPB - Universidade Federal da Paraíba)

Resumo:

Objetivamos apresentar uma investigação sobre as motivações sintático-semânticas e pragmático-discursivas para as possibilidades de colocação do pronome átono TE no Português do Brasil. Especificamente, buscamos mostrar as possibilidades de colocação do TE; estabelecer a colocação mais prototípica e identificar as motivações para tal possibilidade de colocação pronominal. Tais intenções de trabalho derivam da problemática das diferentes colocações do TE em usos proclíticos, mesoclíticos e enclíticos, de modo que questionamos: Qual a colocação pronominal regular e/ou prototípica do pronome TE e o que a motiva linguisticamente? As hipóteses levantadas como respostas para este questionamento são: a flutuação na colocação pronominal em destaque é explicada pelo movimento de topicalização, quando a ordem SVO muda para SOV; a semântica do verbo influencia a colocação pronominal do TE; ocorre interferência do sujeito ou agente na flutuação pronominal; e o registro linguístico e o interlocutor visado são relevantes para a colocação preferida. Partindo de uma metodologia qualitativo-quantitativa, os dados que permitiram a verificação dessas hipóteses compõem o corpus CLELP, formado a partir de excertos de língua escrita, decorrentes das comunicações aluno/aluno e aluno/professor em fóruns no Curso de pós-graduação lato sensu em ciências da linguagem com ênfase no ensino de Língua Portuguesa. Para o tratamento dos dados, tomamos três conjuntos para as conversas entre professor e aluno e três para as conversas aluno e aluno, abrangendo para cada tipo de conversação as colocações em próclise, mesóclise e ênclise. Preliminarmente, conclui-se que a topicalização nomeia o tipo de colocação pronominal, mas não a justifica. Embasados pela perspectiva linguística que considera o uso, destacamos os conceitos de prototipicidade, marcação e topicalização como relevantes para a investigação em questão. Como aportes teóricos destacam-se Neves (1997), Givón (1995), Furtado da Cunha, Costa e Cezário (2003), Pontes (1987) e Castilho, Kato e Nascimento 2009.