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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


VOGAIS MÉDIAS PRETÔNICAS NO FALAR NORDESTINO: DADOS DO ALiB

Autores:
Jacyra Andrade Mota (UFBA - Universidade Federal da Bahia)

Resumo:

A comunicação tem como objetivo apresentar a análise das vogais médias pretônicas no “falar nordestino”, área que integra os chamados “falares do Norte”, na proposta de divisão dialetal do País apresentada por Nascentes (1953[1922]). Segundo Nascentes, o falar nordestino é constituído por sete dos nove Estados do Nordeste — Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Ceará, Paraíba, Pernambuco e Alagoas — e de parte de Goiás, ficando os Estados de Bahia e Sergipe como integrantes do “falar baiano”. Para a constituição do corpus aqui analisado foram selecionados os vocábulos com vogais médias pretônicas (televisão, coração, por exemplo), em respostas aos questionários fonético-fonológico (QFF) e semântico-lexical (QSL) do ALiB (cf. Comitê Nacional do Projeto ALiB, 2001), registradas em 46 localidades do interior de sete Estados nordestinos. Do ponto de vista metodológico, o Projeto Atlas Linguístico do Brasil insere-se nos parâmetros da Geolinguística pluridimensional (cf. Thun, 2002), considerando, sistematicamente, além da variável diatópica, as variáveis diageracional (com duas faixas etárias, a primeira de 18 a 30 anos e a segunda de 50 a 65 anos) e diassexual. Quanto ao nível de escolaridade, nas cidades do interior, considera-se apenas o nível fundamental, em virtude da ausência de curso superior, na maioria dessas cidades, e a exigência de falantes que não tenham se afastado de sua área geográfica por mais de um terço de suas vidas. Para a análise estatística dos dados, utiliza-se o programa Goldvarb–X (SANKOFF; TAGLIAMONTE; SMITH, 2005). Os resultados obtidos complementam análises anteriores, realizadas com base nos registros das capitais, (Cf. CARDOSO et al, 2014), tanto com relação aos fatores linguísticos, como a natureza da vogal seguinte, principalmente quando tônica, quanto aos sociais, como a maior ocorrência de médias fechadas na fala dos mais jovens, o que se vem interpretando como indícios de mudança em curso (cf. Labov, 1972).


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