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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


PORTUGUÊS COMO SEGUNDA LÍNGUA PARA SURDOS: REFLEXÕES ACERCA DOS HIBRIDISMOS CULTURAL, LINGUÍSTICO E IDENTITÁRIO

Autores:
Gilmara dos Reis Ribeiro (UNIFAP - Universidade Federal do Amapá)

Resumo:

A educação bilíngue é um direito assegurado por lei à comunidade surda, para a qual a língua de sinais deve ser ensinada como primeira língua e a língua portuguesa, na modalidade escrita, como segunda. Diante disso, a necessidade de coexistência de duas línguas na sala de aula, sendo uma oral-escrita e outra viso-espacial, tem gerado discordâncias entre pesquisadores da área e dúvidas quanto a como conduzir as práticas educativas. Com base nessas questões, este trabalho pretende apresentar algumas reflexões sobre a presença dos hibridismos cultural, linguístico e identitário no processo de ensino-aprendizagem de Português como Segunda Língua para surdos. Baseando-se nos estudos de gênero discursivo (BAKHTIN, 2003) e dos multiletramentos (COPE; KALANTZIS, 2009; KALANTZIS; COPE, 2012; ROJO, 2009, 2012, 2017) e nos pressupostos do hibridismo cultural (BURKE, 2003; CANCLINI, 1990; SANTAELLA, 2003;) e da pedagogia surda (ANDREIS-WITKOSKI; DOUETTES, 2014; LOPES, 2012; RIBEIRO, 2012; STREIECHEN et al, 2017), esta pesquisa, de cunho qualitativo, parte de uma abordagem bibliográfica para tecer considerações crítico-reflexivas sobre o que defendem os pesquisadores da área de Educação de Surdos sobre como deve ser conduzido o ensino-aprendizagem de Português escrito para surdos. Como resultado, esperamos que as reflexões produzidas possam contribuir com a construção de um novo olhar para o processo em foco, considerando as especificidades linguístico-culturais dos surdos e respeitando as suas reivindicações.