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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo

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Manifestação contextual do sujeito sintático no século XX

Autores:
Thiago Delfino Carbonel (USP - Universidade de São Paulo)

Resumo:

A língua brasileira constitui-se de uma série de mesclas culturais que fazem, inclusive, com que o indivíduo, híbrido em sua ascendência, considere como sua única língua a portuguesa, sem mesmo ter consciência de que a língua portuguesa teve uma trajetória que implicou transplantação para o Brasil e que, aqui, num novo contexto de usos, ganhou cores próprias. Essa língua da terra é, via de regra, trazida para reflexão em cada movimento contracultural que se manifesta, com a ideia de reforçar traços identitários e locais. Em épocas distintas, podem-se constatar alterações nas línguas em geral. Esses movimentos costumeiramente são explicados em termos de variáveis internas e externas à língua, sendo estas últimas sempre atinentes a traços peculiares do ser. Este projeto tem por objetivo estudar a manifestação do sujeito e de seus traços subjacentes em materiais de dois períodos históricos do português situados no século XX: o início do século XX, com o movimento modernista em sua face contracultural, a partir de uma edição fac-similar, de 1927, da obra de Antônio de Alcântara Machado, Brás, Bexiga e Barra-Funda: notícias de São Paulo (1982); e o final do século XX, com a desvalorização do ensino de gramática nas escolas e consequente aproximação entre as modalidades falada e escrita da língua portuguesa, a partir  do corpus De fã para fã: edição de cartas pessoais da 2a. metade do séc. XX (KEWITZ, V.; BERTO, E. L., 2016). A proposta consubstancia-se, via modelo teórico cognitivo-funcional (DIK, 1978; GIVÓN, 2009), para descrever e cotejar dois momentos históricos do português paulista, a fim de verificar se a dinâmica instaurada reforça os traços vincados por uma e outra circunstância.