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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


CORRELAÇÃO ENTRE CARACTERÍSTICAS FONÉTICO-FONOLÓGICAS DA FALA E CARACTERÍSTICAS ORTOGRÁFICAS DA ESCRITA EM CRIANÇAS COM ALTERAÇÕES FONOLÓGICAS NA FALA

Autores:
Jhulya Guilherme (UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" ) ; Lourenço Chacon (UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" , UEM - Universidade Estadual de Maringá, UFBA - Universidade Estadual da Bahia)

Resumo:

No que diz respeito à natureza da relação entre fala e ortografia, não há consenso na literatura. Com efeito, em trabalhos que envolviam crianças com alterações na produção dos sons da fala, encontram-se como resultados: (i) que essas crianças também irão apresentar, ou pelo menos terão grandes chances para apresentarem alterações ortográficas (Capellini e Salgado, 2004; França, Wolff, Moojen, Rotta, 2004); que a literatura não fornece evidências suficientes sobre relações intrínsecas entre fala e ortografia, pois crianças com alterações de fala nem sempre apresentaram alterações ortográficas (Menezes e Lamprecht, 2001; Bishop e Clarkson, 2003); e que a natureza da relação entre a fala e a ortografia é influenciada pela diferença diagnóstica das alterações dos sons da fala (Lewis, Freebairn, Taylor, 2002). Assim, o objetivo do presente investigação foi correlacionar e comparar erros e acertos de produção de fala e os erros e acertos ortográficos. Participaram da pesquisa 10 crianças com alteração na produção dos sons da fala. Cada uma delas teve avaliadas sua produção da fala e seu desempenho ortográfico, com o uso do instrumento PERCEFAL (Berti, 2017). A análise da produção da fala foi feita a partir do levantamento do inventário fonético, do sistema fonológico, dos processos fonológicos, bem como do cálculo do PCC-R (índice de gravidade da alteração da fala). Já a análise ortográfica foi feita a partir da caracterização dos erros ortográficos e do cálculo da Porcentagem de Grafemas Corretos (PGC). Resultados parciais indicam que: os acertos na fala são maiores do que na ortografia na maioria das classes fonológicas; as substiuições fonológicas predominam sobre os outros tipos de erros fonológicos, tanto na fala quanto na ortografia. Os resultados mostram, portanto, que, embora haja relação entre erros na fala e na escrita, não há linearidade entre os tipos de erros conforme se muda o modo de enunciação.


Agência de fomento:
FAPESP