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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


Estratégias discursivas das aposições restritivas no português escrito

Autores:
Monielly Cristina Saverio Serafim (UNESP - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho")

Resumo:

Este trabalho analisa as aposições restritivas sem e com o conector de (o escritor Machado de Assis; a cidade de São Paulo) no português escrito sob a perspectiva da Gramática Discursivo-Funcional (HENGEVELD; MACKENZIE, 2008). Para tanto, um conjunto de critérios pragmáticos, semânticos e morfossintáticos foi aplicado a uma amostra de 102 ocorrências retiradas da revista CartaCapital com o objetivo de estabelecer as funções discursivas exercidas por essas aposições e de determinar como os níveis Interpessoal e Representacional da GDF influenciam a codificação morfossintática dessas estruturas. Keizer (2005) estabelece quatro estratégias discursivas para as aposições: a funcionalmente identificadora, a descritivamente identificadora, a introdutória e a contrastiva. Verificamos que a estratégia mais utilizada é a descritivamente identificadora, na qual o elemento descritivo atua como auxiliar do ouvinte na recuperação, em seu modelo mental, do referente da construção como um todo. Por se tratar de um referente que já está no modelo mental do ouvinte, a entidade é do tipo nova não usada (PRINCE, 1981). Como consequência disso, essas aposições estão sempre no escopo de um operador que marca identificabilidade no Nível Interpessoal e/ou possessividade no Nível Representacional, o que se traduz, respectivamente, por um artigo definido e por um pronome possessivo no Nível Morfossintático. Verificou-se, também, que, no caso de contraste, a ordenação mais comum, [N + NPRÓPRIO], pode ser invertida no Nível Morfossintático. Um SN como FHC presidente é diferente de o presidente FHC, pois o segundo elemento, o modificador, ressalta uma das atividades exercidas pelo referente da construção, atuando assim contrastivamente. Levando em conta as características da formulação, esse trabalho apresenta, então, como a codificação das aposições é motivada pelas funções discursivas identificadas por Keizer (2005). (Orientação: Prof. Dr. Roberto Gomes Camacho. Financiamento: Capes - Código de Financiamento 001 e Fapesp - Processo Número 2017/01116-3)


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Capes e Fapesp