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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


Processos existenciais mais frequentes em artigos científicos

Autores:
Monique Vieira Miranda (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) ; Lucas Willian Oliveira Marciano (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais)

Resumo:

Este trabalho tem por objetivo analisar o uso dos processos existenciais mais frequentes em artigos científicos de diferentes áreas do conhecimento, a partir da perspectiva da Linguística Sistêmico-Funcional (HALLIDAY; MATTHIESSEN, 2014). Com base nessa teoria, a fim de verificar o papel desempenhado por tais processos na construção do gênero artigo científico, foram analisadas as linhas de concordância dos verbos mais frequentemente empregados como processos existenciais. Para análise, foi utilizado o Corpus de Artigos Acadêmicos do Português Brasileiro (CAPB), que contempla todas as Grandes Áreas do CNPq. Com auxílio do software KitConc (MOREIRA LOPES, 2007), o corpus foi processado a fim de observar as particularidades no emprego das ocorrências, levando em consideração as variadas áreas de conhecimento em que ocorreram. Os resultados parciais apontam que o uso dos processos existenciais em artigos acadêmicos do português brasileiro está associado à construção da argumentação e à transitividade. Nesses textos, o apagamento do agente atua como estratégia argumentativa, produzindo um efeito de objetividade. De tal modo, os processos existenciais funcionam como um mecanismo que contribui para o apagamento das marcas linguísticas que evidenciariam a presença e o julgamento do autor. Ao mesmo tempo, o recurso permite ao escritor defender ou apontar métodos e resultados da pesquisa, além de sugestões para área, sem se inserir explicitamente no fluxo informacional do texto.

Referências

HALLIDAY, Michael. An Introduction to Functional Grammar. 4 ed. Revised by Christian M. I. M. Matthiessen. London, Edward Arnold, 2014.

MOREIRA FILHO, J. L. Kitconc 4.0. 2008. Disponível em < http://kitconc4.ilexis.net.br/ > Acesso em: 29 set. de 2018.


Agência de fomento:
CNPq