O trabalho versa sobre o uso da charge focando a depreciação da figura da mulher. Gênero que intenciona a construção de crítica sobre determinado assunto, acaba sendo uma ferramenta utilizada para diversos tipos de discursos machistas. Gênero textual onde há humor e crítica convergindo ações linguísticas, sociais e cognitivas. O objetivo é analisar o trato dado à mulher no gênero charge. Esta pesquisa aborda uma perspectiva de língua sociointeracionista, como prática social, histórica e como instrumento de interação social. Abordagem de natureza qualitativa, uma vez que o objetivo principal da pesquisa consiste em incorporar a questão do SIGNIFICADO e da INTENCIONALIDADE como inerentes aos atos, relações e estruturas sociais, sendo essas últimas tomadas tanto no seu advento quanto na sua transformação como construções humanas significativas. Perspectiva de caráter exploratório e explicativo, visto que busca levantar informações sobre um determinado objeto, delimitando um campo de trabalho, mapeando as condições de manifestações desse objeto. Explicativo porque além registra e analisa os fenômenos estudados, busca identificar suas causas. Os resultados apontam que as charges analisadas mostram a construção do humor e os sentidos depreciativos quanto à figura da mulher, o que para Koch (2009) “a produção de sentido realiza-se à medida que o leitor considera os aspectos contextuais que diz respeito ao conhecimento da língua, do mundo, da situação comunicativa”. Ressalta-se que a atual inserção da mulher na esfera social não resultou numa igualdade de direitos com relação aos homens, reacendeu os debates com relação à questão de gênero. A prática da violência contra a mulher, aparece num parâmetro de uma violência simbólica e assim, através desse trabalho podemos perceber que o preconceito sofrido pela mulher durante anos pela generalização de algumas ideologias ainda é sentido mesmo diante dos avanços relativos a figura feminina como ser capaz de exercer variadas funções na sociedade.