O povo brasileiro é resultado da fusão de elementos culturais oriundos de diversos países; dentre eles, há a influência de elementos histórico-culturais africanos. Quando se começa a falar da contribuição de portugueses, de índios e de negros na formação da identidade nacional, principia-se a enfatizar a influência, em especial, das línguas indígenas e somente depois se insere a influência linguística dos povos africanos, a qual muitas vezes é vista com marcas de preconceito com os títulos de “línguas de preto”, “línguas de culto” ou “línguas secretas”. Contudo, a influência linguística dos povos africanos é percebida nos valores e nas manifestações culturais e históricas e reflete a ideologia do povo brasileiro por meio de lexemas, de expressões comunicativas (orais ou não-orais) e na terminologia presente em várias áreas do conhecimento, como gastronomia e religião.  No entanto, tais circunstâncias não são apreciadas, com ênfase,  nos materiais didáticos da Educação Básica brasileira; com isso, o objetivo central dessa comunicação, é analisar a aplicação da Lei nº 10.639/03 - a qual direciona o ensino de história e cultura afro-brasileira na Educação Básica, com o foco direcionado aos componentes curriculares de História, Língua Portuguesa e Artes - no que concerne a três materiais didáticos utilizados no Ensino Médio do Distrito Federal, considerados os materiais didáticos mais adotados tanto na rede pública de ensino quanto na rede particular. Como metodologia, é utilizada a etnografia com base na análise da aplicabilidade da lei nº 10.639/03 e dos Parâmetros Curriculares Nacionais, em especial, aos aspectos linguísticos, perpassando o viés literário, posto que este é valoriza os elementos histórico-culturais brasileiros. Ademais, o construto de Política Linguística, estruturado segundo Calvet (2007), será abordado a fim de analisar importância de tal tema na elaboração dos materiais didáticos do Ensino Médio e, também, na formação identitária dos discentes desse segmento acadêmico.