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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


BELMIRO BORBA, POLICARPO QUARESMA E AKAKI AKAKIEVITCH: TRÊS HOMENS, UMA BUROCRACIA. AS INTEMPÉRIES DO FUNCIONALISMO PÚBLICO NA LITERATURA.

Autores:
Luciana Oliveira de Barros (UNINCOR - Universidade Vale do Rio Verde)

Resumo:

Uma boa gama da literatura é uma "literatura de funcionários públicos", nos disse Carlos Drummond de Andrade, tratando do duplo ofício de burocrata e literato exercido por vários escritores ao redor do mundo. Muitos desses escritores, também funcionários do Estado, incorporaram a suas obras a figura do funcionário público, quase sempre por um matiz crítico de muito desencantamento. Esta apresentação objetiva a análise do tema do funcionário público na prosa de ficção brasileira e russa, utilizando princípios metodológicos do comparativismo literário e das teorias do foco narrativo. A partir das categorias do funcionário-narrador e do funcionário-narrado, são estudadas as especificidades de um maior ou menor distanciamento entre narrador e protagonista, quanto a formas mais humorísticas ou dramáticas de representação constantes nos romances O Amanuense Belmiro, de Cyro dos Anjos, O triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto e no conto O Capote, de Nikolai Gógol. Para fundamentar a análise, toma-se por base o conceito do “tchinóvnik”, que espalhou pelo mundo a psicologia de casta, com arraigado corporativismo e autoritarismo implacável. A partir desse escopo, a comunicação ofertará um panorama dos subtemas relacionados ao tema do funcionário e demonstrará que a sua representação nos romances privilegia as disfunções e a violência da burocracia e de seus agentes, nas diferentes fases da sua vida profissional.


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