Realiza-se, aqui, discussão teórica e reflexões sobre o ensino de Língua Portuguesa ao longo do tempo, tecendo-se análises acerca das práticas dos professores. Para tanto, apresenta um recorte da dissertação de mestrado intitulada Aulas de Língua Portuguesa na era digital: possíveis interações e articulações. Como objetivo geral, nessa, buscou-se: Contribuir com a discussão sobre como o professor de Língua Portuguesa do Ensino Médio articula, em suas aulas, os conhecimentos possibilitados pelo estado de letramento digital de seus alunos. Especificamente, para o recorte aqui pretendido, discute-se o capítulo Ensino de Língua Portuguesa na Escola: nuances históricas. Metodologicamente, tratou-se de uma abordagem qualitativa, realizando-se estudo analítico de situação de uso, ensino e aprendizagem de Língua Portuguesa, em contexto escolar, através da Análise de Prosa, a qual propõe uma forma mais livre de realização de análises das informações encontradas e posterior identificação de temas e tópicos (André, 1983). Como instrumentos de produção de informações, houve aplicação de questionários (professora e alunos) e observação de aulas (professora), em um Colégio da Rede Estadual de Ensino de Feira de Santana-Bahia. Dentre os autores que subsidiaram as discussões teórico-conceituais estão, a exemplo, Soares (2012; 2009); Beltrão (1986); Rojo (2013); Rojo e Barbosa (2015);  Ribeiro (2010); Silva ( 2017); Batista (1997); Geraldi (2012); Marcuschi e Xavier (2010); Lévy (2010). Como principais resultados constatou-se que, apesar das múltiplas semioses trazidas pelas novas formas de acesso ao conhecimento, a Língua Portuguesa tem sido ensinada com foco, sobretudo, na variedade padrão, com atividades relativas a tópicos gramaticais e fragmentos de literatura, sem ter passado por grandes inovações, apontando para a necessidade de um novo olhar metodológico-conceitual, voltado à formação inicial (na Universidade) e continuada (em sua prática) do professor da Educação Básica, sob a ótica dos multiletramentos e da inserção das tecnologias digitais, enquanto potencializadoras na/da relação ensino e aprendizagem.