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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


A LÍNGUA NAS BORDAS DE ROMANCES: A CARNE DE JULIO RIBEIRO

Autores:
Vanise Gomes de Medeiros (UFF - Universidade Federal Fluminense)

Resumo:

A LÍNGUA NAS BORDAS DE ROMANCES: A CARNE DE JULIO RIBEIRO

Vanise Medeiros (UFF; CNPq; FAPERJ)

Escrever nas bordas de romances é uma prática corrente ao escritor do século XIX não somente no Brasil. Vitor Hugo, na França, Alexandre Herculano, em Portugal, são dois exemplos de escritores que lançaram mão deste gesto que trasborda o texto e a ele faz retornar. No Brasil do século XIX, dois grandes exemplos de escritores em cujos romances encontramos tal prática adotada de forma considerável são José de Alencar e Visconde de Taunay. Para este simpósio, pretendemos focalizar um outro autor, contemporâneo aos já citados, em que não somente o rodapé se faz presente como também o itálico que marca certas palavras, assim como se encontra em Taunay. Trata-se de Júlio Ribeiro: jornalista, gramático, linguista e romancista, tem seu livro A carne lançado em 1988. Alguns são os objetos de análise em tal romance: as notas de notas ao pé de página pelo autor (notas em que se debruça sobre língua de escravos), o itálico que destaca do corpo do texto certas palavras (não estamos nos referindo ao léxico posto em diálogo, mas àquele marcado na narrativa) e, por fim, a discussões sobre língua a partir da polêmica que se instaura entre Padre Senna Freitas e Júlio Ribeiro nas páginas de jornais à época do lançamento do livro. Cumpre dizer que este trabalho tem como caminho teórico uma base enunciativa (Authier-Revuz) articulada a dois outros campos teóricos, o da História das Ideias Linguísticas (Auroux; Orlandi) e o da Análise de Discurso (Pêcheux, Orlandi).


Agência de fomento:
CNPq; FAPERJ