Este trabalho tem como objetivo compreender o processo de produção de sentidos de “produção científica” e de “divulgação” nos textos dos documentos de avaliação da área de Literatura (antes Letras) e Linguística da CAPES, de 2001 até o momento. Da leitura do mesmo e do diferente do enunciado “a Produção científica [...] do corpo docente deve ser elevada e regular” em relação aos sentidos [de “qualificação”/“relevância”] inscritos pelas definições dos indicadores de produção de “tipo 1” ou de “tipo 2”, analisaremos como “divulgação” toma forma, material, nesse processo de “produção científica”, seja pelo que é evidenciado como impacto dessa produção científica, seja pelas maneiras outras como o conhecimento (pode) circula(r) na sociedade. Filiados à Análise de Discurso, a partir de Orlandi (2002) entendemos que o discurso de divulgação científica desloca a produção do conhecimento para informação científica. Desse modo, tendo em voga as demandas sociais e mercadológicas da atualidade, bem como as políticas públicas da Educação (MARIANI e DIAS, 2018; DIAS e NOGUEIRA, 2017) e da Tecnologia quanto ao processo de produção do conhecimento, consideramos a deriva de sentidos de “produção científica” e de “divulgação” como parte desse processo, o que impõe-nos reflexões sobre suas condições de produção, na/pela língua, na história, em uma discursividade (mercado-lógica?) pautada na competividade, na internacionalização.