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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


AS CONSTRUÇÕES DISCURSIVAS DO/SOBRE O SUJEITO-PROFESSOR: entre processos de objetivação/subjetivação e possibilidades de resistência

Autores:
Maria Dolores Martins de Araújo (UFG - Universidade Federal de Goiás)

Resumo:

Essa proposta visa discutir os processos de objetivação e subjetivação do sujeito-professor, considerando-os a partir da conexão com os dispositivos de poder e saber produzidos na atualidade, para entendermos como se constitui a rede discursiva que abarca a figura do sujeito docente e como esse se subjetiva. Propomos analisar os enunciados de professores do Ensino Médio (EM) e docentes formadores de cursos de Licenciaturas de um Câmpus da Universidade Estadual de Goiás (UEG) sobre a docência, atentando a rede de enunciados a que estão submetidos os discursos desse profissional, em função de jogos de saber/poder e dos feixes de relações resultantes dos vários atravessamentos e das marcações históricas que constituem a materialidade dos enunciados (SILVA, 2016). Para tanto, sustentamo-nos teórica e metodologicamente em algumas ferramentas conceituais foucaultianas, como: discurso, saber, poder, dispositivo, objetivação, subjetivação e resistência -, entendendo-as como fundamentais para investigarmos sobre a produção das subjetividades docentes.  Focalizamos em recortes discursivos de questionário reflexivo, narrativas e entrevistas realizadas com três docentes atuantes no EM e três professores universitários de um Câmpus da UEG. Mediante as análises percebemos que as práticas não-discursivas (o político, o institucional, o social, o econômico, o midiático) fazem parte das condições de emergência, de inserção e de funcionamento do discurso docente. Todos esses atravessamentos discursivos vão constituindo os processos de subjetivação do sujeito professor. Notamos ainda que quando os professores questionam, denunciam, falam e colocam-se contra determinadas objetivações institucionais impostas à categoria, estão em um espaço de microrresistência. Desse modo, percebemos que, embora existam dispositivos de poder e saber que repercutem em processos de objetivação e subjetivação em torno dos sujeitos, sempre haverá possibilidades de criação de espaços de resistência.


Agência de fomento:
CAPES