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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo

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A ESCRITA DE PERNAMBUCANOS POR CARTAS PESSOAIS DOS SÉCULOS XIX E XX: UM OLHAR SOBRE A VARIAÇÃO DAS FORMAS GENITIVAS DE SEGUNDA PESSOA

Autores:
Stênio Bouças (UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco)

Resumo:

Este estudo faz parte da pesquisa “Tradição discursiva e variação linguística: a alternância dos paradigmas pronominais tu/você no contexto morfossintático genitivo em cartas pernambucanas dos séculos XIX e XX”, concebido por meio da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (FACEPE), através do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) e vinculado a um projeto maior intitulado “Formas tratamentais em cartas pessoais pernambucanas dos séculos XIX e XX: uma interface entre tradição discursiva e sociolinguística histórica”. Com esta pesquisa temos a intenção de contribuir com os estudos sobre a historicidade do português brasileiro, em específico sobre a reorganização no sistema pronominal de 2ª pessoa no contexto morfossintático genitivo teu/seu. Para este estudo analisamos 185 cartas particulares escritas por missivistas pernambucanos, ilustres e não-ilustres, nos séculos XIX e XX, com o objetivo de averiguar as escolhas linguísticas utilizadas por esses missivistas. Deste modo, investigamos as formas genitivas em correlação com as formas nominativas: (i) tu com teu (e variantes), (ii) você com seu (e variantes) e (iii) a mistura tu/você com teu ou seu (e variantes), além de realizarmos a reconstrução da performance das cartas. Para esta pesquisa, utilizamos como aporte os estudos de Faraco (2017), Gomes e Lopes (2016), Lopes e Rumeu (2015) e Perini (1985), além do aporte da Sociolinguística Variacionista, com Weinreich, Labov e Herzog (2006[1968]) e Labov (2008[1972]). Assim, os resultados deste estudo apontam para um novo padrão na escrita de pernambucanos, pois, nas cartas analisadas, percebemos mais uso das formas seu(s) e sua(s) em correlação com o nominativo você. No entanto destacamos a resistência do paradigma tu nos casos de mistura.


Agência de fomento:
FACEPE