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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


DISCURSOS SOBRE O PROFESSOR BRASILEIRO: RELAÇÕES DE SABER E DE PODER

Autores:
Valdoméria Neves de Moraes Morgado (IF GOIANO - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tenologia Goiano)

Resumo:

Os diversos discursos que circulam na sociedade sobre o sujeito-professor, pensados em cada instância de aparição, disseminam e sustentam práticas discursivas que constroem verdades sobre esse sujeito. Essa dimensão discursiva produz um sujeito silenciado diante das vozes que o constitui desqualificado, incompetente e, ao mesmo tempo, um missionário. Esses discursos de (des)qualificação apaga e redesenha esse profissional de acordo com as circunstâncias de aparição. Nesse sentido, o discurso disfórico sobre o docente caminha em via dupla: a do esquecimento e a da lembrança, pois pode promover novos saberes e emergir relações de poder que constituem formas de controle e de domínios de verdade sobre esse sujeito, embora as relações de resistência imbricadas nessas relações são postas de acordo com o que ver em movimento. Para observar e discutir a construção dessas verdades, recortamos textos de documentos gestores e midiáticos, a partir dos meados do século XVIII, para verificar as práticas discursivas que reiteram representações disfóricas sobre o sujeito-professor, constituído e destituído segundo a vontade de verdade de cada época. Para isso, filiamo-nos à Analise do Discurso de linha francesa, a partir das contribuições foucaultianas para verificar a promoção das verdades a partir da historicidade e materialidade repetível. No levantamento dos enunciados, detectamos a repetição reiterada das representações que desmerecem o professor. Assim, é por meio dessas formulações discursivas que o docente é apontado, por muitos, como um dos principais responsáveis pelo suposto fracasso do ensino brasileiro. Embora os discursos pareçam simples repetições, as construções discursivas que desqualificam o professor, séculos após séculos, não tiveram força suficiente modificar as representações negativas desse profissional geradas há tempos, permitindo o esquecimento de sua atuação positiva na educação como um todo.

 


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